São Paulo já recicla mais de 30% de seus resíduos, mas não podemos comemorar

FRANCISCO LUIZ BIAZINI FILHO
03/08/2017

Estimativas da AMLURB e dados coletados junto ao Fórum de Desenvolvimento da Zona Leste, que implementa o BolsaCoop, indicam que a cidade de São Paulo já recicla mais de 30% de seus resíduos, no entanto a prefeitura não tem instrumentos para considerar estes dados pois, a maior parte desta reciclagem, ocorre na informalidade, já que os catadores avulsos e a população em geral vendem os materiais, sem nota fiscal, em ferro velhos e sucateiros.

E mais, com o desemprego e o avanço na percepção do valor dos recicláveis, por exemplo: uma latinha de alumínio vale o mesmo uma moeda de R$ 0,05 e uma garrafa de refrigerante de 2l valo uma moeda de R$ 0,10, cada vez mais materiais são recolhidos informalmente, antes da coleta seletiva passar, e acabam não chegando às cooperativas, que estão tendo problemas de queda na receita por falta de material.

Um esforço muito grande está sendo feito pela AMLURB e pelas Cooperativas colaboradoras e credenciadas na formalização de suas atividades, com segurança e saúde no trabalho, legalidade, qualidade e gestão, e inclusão dos catadores avulsos em redes formais de reciclagem, mas enquanto estes mesmos requisitos não forem estendidos aos sucateiros e ferro velhos, teremos baixos índices oficiais de reciclagem, sonegação fiscal e um exército de catadores informais sem direitos e sem reconhecimento.

Tabela 1:  Estimativa da quantidade de resíduos coletados e reciclados na cidade de São Paulo

Colaboraram: Delaine Romano, Ramon Zago, Pedro Henrique Mesquita

Francisco Luiz Biazini Filho é Sócio e diretor técnico da REDERESÍDUOS, Vice Presidente do Instituto Dínamo de Desenvolvimento Sustentável. Vice Presidente do Sindicato das Cooperativas de Produção do Estado de São Paulo. Vice Presidente do Instituto Lixo Zero Brasil.