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POUPANÇA DO PLANETA

Francisco Luiz Biazini Filho

15/05/2017

A dimensão mais tangível no ciclo de produção linear, é o resíduo, o desperdício, a sobra. Por isso, na busca de um ciclo sustentável, também chamado economia circular, mais do que reduzir ou mitigar, pretendemos transformar a poluição em matéria prima para confecção de produtos sustentáveis e dissociar a criação de valor econômico do consumo de recursos, buscando:

  1. 1) Estender a duração do ciclo de uso de um ativo,

2) Aumentar a utilização de um ativo ou recurso,

3) Reaproveitar um ativo em um circuito ou em cascata por meio de ciclos adicionais de uso e

4) Regenerar o capital natural.

https://www.ellenmacarthurfoundation.org/pt/economia-circular-1/conceito

Nos últimos anos percebemos que a poluição tem pai e mãe, o consumo a produção. Os dois merecem várias metas dos objetivos do desenvolvimento sustentável, a agenda 2030, que a ONU construiu consultando quase 200 países. Entre elas temos a meta 12.5: Até 2030, reduzir substancialmente a geração de resíduos por meio da prevenção, redução, reciclagem e reuso. O decimo segundos dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) é Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis.

No Brasil, este entendimento foi contemplado na LEI Nº 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; e que define no Art. 7º, item II, que são objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos:  não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos;

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm

Com as eleições municipais de 2016, estamos observando um intenso movimento dos municípios em busca de soluções para a limpeza publica e o atendimento ao expresso na PNRS. A coleta e reaproveitamento de lixo é um dos serviços públicos mais caros em todo o mundo e se tratada de forma correta, a gestão de resíduos tem enorme potencial para transformar problemas em soluções, por meio da recuperação e reutilização de recursos valiosos.

O Banco Mundial, em seu documento What a waste? : a global review of solid waste management (Inglês) de 2012, apresenta uma revisão da gestão de resíduos sólidos no mundo e afirma que este é o serviço municipal mais importante e pré-requisito para o atendimento de necessidades básicas como água limpa e segurança alimentar. Enquanto o mundo se urbaniza, a quantidade de resíduos sólidos urbanos (RSU), subprodutos importantes da vida urbana, cresce mais do que urbanização. Em 2002, 2,9 bilhões de habitantes das cidades geravam 0,64 kg de RSU por dia (0,68 bilhões de toneladas por ano). Em 2012 estima-se que esses números subiram para quase 3 bilhões de habitantes, gerando 1,2 kg por pessoa por dia (1,3 bilhões de toneladas por ano). Em 2025, provavelmente teremos 4,3 bilhões de pessoas gerando cerca de 1,42 kg / pessoa / dia (2,2 bilhões de toneladas por ano).

http://hdl.handle.net/10986/17388

No País, como explica a Confederação Nacional de Municípios, em geral, os serviços de limpeza urbana, comprometem de 7 a 15% dos orçamentos municipais, a maior parte gasto na coleta e transporte, sendo este um item de peso na avaliação da gestão municipal pela população.

http://novo.cnm.org.br/v4/v11/institucional/documento.asp?iId=33582

Nós da REDERESIDUOS visitamos entre fevereiro e abril de 2017 mais de 20 municípios e desenvolvemos uma abordagem que tem demonstrado aos gestores públicos, e demais partes interessadas, o potencial de economia de recursos de custeio e os benefícios potenciais da reciclagem e compostagem para os municípios.

Desenvolvemos um cenário a partir dos dados demográficos e de parâmetros do plano estadual de resíduos sólidos e dos planos municipais de gerenciamento de resíduos sólidos e de saneamento básico e consideramos dados de trabalhos anteriores realizados junto à URBAM em São Jose´dos Campos anteriores sobre valor dos resíduos e os benefícios baseados no Relatório de PSAU do Ipea, dimensionamos o impacto anual nas contas do município, como por exemplo:

A Poupança do Planeta representa os benefícios, definidos como a diferença entre os custos gerados pela produção dos mesmos bens a partir de matéria-prima virgem e reciclável.

  • Os benefícios de gestão dizem respeito à economia em aterro e destinação dos resíduos.
  • Os benefícios econômicos incluem o custo evitado pela reciclagem em termos de consumo de recursos naturais e de energia.
  • Os benefícios ambientais refletem os custos evitados
  • Dos danos ambientais da disposição de resíduos
  • Dos danos ambientais da produção a partir de matérias-primas virgens, como os associados aos impactos sobre o meio ambiente devido:
    • Consumo de energia
    • Emissões de gases de efeito estufa (gees) e Carbono (MDL)
    • Consumo de água
    • Perda de biodiversidade.

http://www.mma.gov.br/estruturas/253/_arquivos/estudo_do_ipea_253.pdf

No artigo Sistema de Informação para. Leilão e Comercialização de. Resíduos Recicláveis na. URBAM calculamos os valores médios de comercialização e benefícios para cada material

 

(firs.institutoventuri.com/images/7FIRS_Trabalho-FranciscoBiazini.pdf)

Por fim, considerando a geração de trabalho Rodrigo Sabatini, Presidente do Instituto Lixo Zero Brasil (ilzb.org), em sua palestra no I Seminário Internacional de Resíduos Sólidos de São José dos Campos/SP informa a quantidade de empregos gerados para cada 10.000 ton. de resíduos é:

 

……

 

 

https://www.slideshare.net/MercadoAmbiental/i-seminrio-internacional-de-resduos-slidos-de-so-jos-dos-campossp

 

 

 

* Diretor da Rede Resíduo